A PARÓQUIA DA IMACULADA
CONCEIÇÃO,
DO LUBANGO,
À LUZ DOS SINAIS DOS TEMPOS
Pe. Álvaro Teixeira, cmf
( Pároco )
INTRODUÇÃO
Partindo da Missão de Nª. Sª das
Dores, o Espiritano Pe. Domingos Alves Salgueiro, desde 1960 a 1964, deu início
a uma actividade pastoral muito assídua e mais localizada, nos bairros da
Maxiqueira e Sto. António, celebrando a missa dominical na Escola Primária Ten.
Humberto de Ataíde.
Em Junho de 1964, o Pe. António Luís
Gonçalves, também ele espiritano, passou as celebrações dominicais para a
capela de Sto. António, pequeno templo, situado na berma da primitiva estrada
para a Huíla, obra do Pe. Carlos Esterman, na Ferrovia..
Portanto, a paróquia da Imaculada Conceição
do Lubango, foi criada em 1971, fruto do desmembramento da paróquia de Nossa
Senhora das Dores - "Missão" - fundada, pelo Pe. Carlos Esterman, em
1935.
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A Missão foi a terceira comunidade
paroquial de Sá da Bandeira. Com efeito, a paróquia de S. José - cuja igreja (
a última a ser construída ), em 1955, ascendeu a Catedral, com D. Altino
Ribeiro de Santana - foi erigida em 1886. A segunda paróquia foi a de S.
Sebastião, da Humpata, em 1887.
Este mesmo sacerdote, o Pe. Gonçalves, já
em 1963 começara a dar passos seguros conducentes à construção de uma igreja,
tendo sido o primeiro subsídio de 10 000$00, oferta da Companhia de Diamantes
de Angola. Em 1965 a Câmara Municipal de Sá da Bandeira fez também a sua
oferta, um lote de 8 590 m2 de terreno, no qual começaram a ser abertos os
caboucos, nessa mesma data.
O desenho do Projecto pertenceu a Aarão
Pinto e dois engenheiros dirigiram as obras, concretamente, o Eng. Carlos
Martins, seguido do Eng. Henrique Arede. Para mestre de obras, foi convidado
António Ruivo.
A 23 de Agosto de 1970, D. Altino
Ribeiro de Santana, bispo de Sá da Bandeira, benzeu a nova igreja e, a 25 de
Maio do 1971, criou a Paróquia da Imaculada Conceição, com sede na mesma. O
primeiro pároco foi o Pe. António Gonçalves, espiritano, coadjuvado pelo Pe.
Pedro Clemente, diocesano.
O custo total da construção
cifrou-se em 1 759 009$00.
1ª Fase da Paróquia
Na data da sua Fundação, como já
dissemos, pelo Espiritano Pe. António Gonçalves, em 1\971, esta parte da cidade era um centro fabril, com uma
população não muito vasta, mas constituída por famílias, por regra geral, bem
colocadas na vida. Prova disso é a própria igreja paroquial, construída em pouquíssimos
anos e com capacidade para menos de quinhentas pessoas.
A construção do pavilhão,
abandonada em 1978, é outro sinal da capacidade económica da zona: construído
em poucos anos, destinava-se sobretudo a lazer: cinema, teatro, cultura física
e desportos variados.
Por outro lado, a resposta que o Pe.
Gonçalves recebeu da população, em matéria de obras e em muitos outros aspectos
que documentos deixados demonstram, mostram à saciedade que estes habitantes
estavam conscientes da sua fé e a punham em prática, na sua vida cristã diária
e comunitária.
A Comuna da Arimba, com habitantes
nomeadamente Nhanekas-Mwila, era uma outra realidade bem distinta, em perfeito contraste
com a parte urbana. Rural, com famílias vivendo dos seus costumes e tradições
ancestrais, ia sendo pouco a pouco evangelizada, mas ficou ainda em simples
promessa duma futura comunidade cristã bem consistente.
A guerra colonial começou a
deslocar para esta paróquia muito refugiados de guerra que começaram a dar nova
paisagem à zona. Com a independência nacional, a 11 de Novembro de 1975, foi a
guerra civil a produzir idênticos resultados demográficos. Estes acontecimentos
foram obrigando a paróquia a amoldar-se pastoralmente e a abandonar paulatinamente
o esquema pastoral do início.
Sacerdotes
Como
é de justiça, se, por um lado, gosto de sublinhar o valioso papel dos leigos,
também acho meu dever sublinhar o papel dos sacerdotes que se deram a esta
vinha do Senhor. Como disse acima, o Espiritano, Pe. Domingos Alves Salgueiro,
de 1960 a 1964, foi quem lançou a primeira semente, dum modo sistematicamente
mais pastoral. Mas verdadeiramente foi o Pe. António Gonçalves o grande obreiro
destes primeiros anos da paróquia. E como já referi atrás, houve também um
sacerdote diocesano seu colaborador, o Pe. Pedro Clemente, em 1971. Em 1978,
por pouco tempo, sobraçou os destinos da Imaculada Conceição outro Diocesano,
ainda vivo, em Coimbra, o Pe. Jorge Camejo, num verdadeiro parêntese entre um Espiritano,
Pe. Gonçalves e outro Espiritano, o Pe. Pedro Pubben.
2ª Fase da Paróquia
A segunda fase – começada em 1978
– foi cenário da continuidade dos efeitos mais acentuados da guerra civil.
Todas as guerras produzem a morte e a fuga das populações. Os espaços livres,
sobretudo próximos das grandes cidades onde o conflito não chegara tornaram-se
aldeias improvisadas que se foram tornando definitivas. Foi o que aconteceu com
o Lubango e com a nossa paróquia. A independência e o regresso dos portugueses ao
seu país, como acabei de dizer, tinham favorecido mais ainda a aglomeração de
muitíssimos refugiados de guerra nesta paróquia, sem as condições mínimas de vida,
a nível pessoal e familiar.
Pouco a pouco, as famílias desses
bairros recém-criados começaram, então – como aconteceu com os judeus, em
Babilónia, o que, ali, deu origem à criação das sinagogas – a juntarem-se para
rezar. Essa partilha da fé levou à construção de capelas mais espaçosas, a que deram
o nome mais simples de “Capelinhas”.
Quando tomei conta da paróquia da
Imaculada Conceição, em 19 de Outubro de 1997, acompanhado dos PP. Danilo e
Américo, vim encontrar esta situação. À medida que fui conhecendo os
Catequistas mais Responsáveis e conhecendo melhor a realidade, achei que
poderíamos ter neste conjunto de Capelinhas a espinha dorsal da organização da
Paróquia. Mercê da colaboração de muita gente de boa vontade, reunida no
Conselho Pastoral, atribuímos o nome de Comunidade a cada Capelinha, mantendo o
padroeiro a distingui-la e o pároco passou a nomear os três primeiros
Responsáveis de cada uma delas. A ideia foi feliz e o número elevado de
catequistas a colaborar nesta iniciativa permitiu ir clarificando e
aperfeiçoando essa organização das Comunidades, cabendo a cada um delas, em
coordenação com o centro da paróquia, a catequese de todas as idades, a
pastoral familiar e sócio-caritativa, etc. Sobretudo o aspecto para-litúrgico,
com a oração da manhã diária, nas primeiras horas da alvorada, foi o que mais
contribuiu para que este espírito de Igreja vingasse e frutificasse.
Com o andar do tempo, viu-se a
necessidade da criação de mais Comunidades o que proporcionou um atendimento
pastoral à totalidade das populações.
Alguns anos mais tarde, lançámos
o projecto da associação de várias Comunidades em Zonas, tendo por Coordenador o
Delegado de Zona, um dos primeiros Responsáveis duma Comunidade. Cada Zona
deveria reunir mensalmente, analisando a pastoral de cada Comunidade
integrante, levando às mais carenciadas a ajuda necessária e enviando ao pároco
Acta de cada reunião.
Uma Comissão Coordenadora da
Cidade e, outra, da Comuna da Arimba - Zona Pastoral do Coração de Maria –
ficaram encarregadas de coordenarem toda esta organização, congregando, para o
efeito, todos os Delegados de Zona e os Coordenadores dos Ministros Extraordinários
da Comunhão, assim como outros Coordenadores de diversos sectores de pastoral.
Por outro lado, resolvemos que, de dois em dois anos, na Assembleia Paroquial
anual de Pastoral, estes Responsáveis das Comunidades e os Ministros da Comunhão
fossem reconduzidos ou substituídos para se evitar um mal que, tantas vezes
acontece, concretamente a mentalidade de “donos” da sua Comunidade.
A experiência tem dado óptimos
resultados, graças à boa vontade, ao espírito de fé e ao espírito de sacrifício
de todos, nomeadamente dos Catequistas. Na cidade, neste momento, há 23
Comunidades, distribuídas por 7 Zonas e, na Zona Pastoral do Coração de Maria (
Comuna da Arimba ), 10 Comunidades distribuídas por 3 Zonas.
Sacerdotes e Religiosas
De
novo, quero fazer justiça a todos os Sacerdotes e Religiosas que estiveram à
frente dos destinos da Paróquia, nesta fase, alguns dos quais em tempos
verdadeiramente difíceis, como foram os anos `80. De 1979 a 1992, o Pe. Pedro
Pubben – certamente que ajudado pontualmente por alguns colegas cujo nomes não
consegui identificar – conduziu a barca entre procelas e ventos contrários. Em
1992, o jovem sacerdote diocesano Pe. Simeão Kaíta, hoje pároco da Sé e Vigário
do Lubango, foi o sucessor do Pe. Pedro. Em 1996, outro jovem sacerdote, também
ele diocesano, o Pe. Jacinto Pio, foi colocado à frente da pastoral desta
Comunidade.
Em
19 de Outubro de 1997, Domingo das Missões, nós, os Missionários Filhos do
Imaculado Coração de Maria – também conhecidos por Missionários Claretianos – tomámos
posse da Paróquia com uma equipa de três sacerdotes, a saber, Pe. Álvaro Teixeira,
Pe. Jorge Danilo e Pe. Américo Paulo. Pouco a pouco, foi havendo saídas e novas
entradas de outros Sacerdotes e Irmãos que passo a enumerar: Pe. Miguel Gomes,
em 1999; Pe. Mário Jorge, em 2001; Pe. Abílio Ramos, em 2002; o Ir. Manuel
Martins – já falecido – em 2003; o Pe. António Portugal, em 2004; o Pe. Damião
Fernandes, em 2006; o Pe. Gabriel Isaías, em 2008; o Ir. Aquino, em 2009; o Pe.
Inácio e o Diác. Silvestre, em 2011
E,
falando do clero, é também justo falar das Religiosas que se devotaram à
Pastoral desta Paróquia, até ao presente. As primeiras julgo terem sido as
Irmãs Coraçonistas que, durante bastantes anos, até viveram no complexo da
Igreja Paroquial. Outras Comunidades mais recentes, embora com um bom número de
anos de serviço pastoral já prestados, são as Filhas de Jesus, as Irmãs
Teresianas e as Irmãs Vitorianas. Recentemente, aceitaram também colaborar
Irmãs de Comunidades não situadas geograficamente na paróquia, a saber, uma
Irmã das Filhas de S. José, Ir. Edivalda, brasileira, e a Superiora das Irmãs Hospitaleiras
do Coração de Jesus, Ir. Sílvia, portuguesa. O desempenho de todas as
Religiosas de todos os Institutos tem sido imensamente benéfico para o bem
espiritual e pastoral da Imaculada Conceição.
3ª
Fase da Paróquia
A 3ª fase da nossa paróquia
começou com a demolição das casas adjacentes à linha da via férrea, há cerca de
três anos. Para a Chiavola foram muitos dos nossos paroquianos. Há um ano, mais
famílias – muitas! - que viviam junto do rio Mucúfi e do rio Caculuvar foram
evacuadas para Tchimúkua e outras paragens. Isto provocou que muitíssimas
famílias desta Comunidade Paroquial, tivessem de abandonar a paróquia.
O afastamento compulsivo destes
milhares de irmãos trouxe uma outra consequência negativa. Com efeito, o facto
de, entre 2009 e 2010, a Côngrua ter diminuído uns 7.000 dólares – o que veio
agravar a nossa situação económica, já de si muito precária – é sinal evidente
de que esta terceira fase irá ser acompanhada de uma crise financeira a exigir
da pastoral mais criatividade e coragem.
Há Zonas bastante extensas, como
é o caso da Zona 4, da cidade, cujas casas estão praticamente todas marcadas
para serem demolidas. Até a vetusta Capela de Sto. António – centro de peregrinações,
durante décadas – continua em perigo de desaparecer.
A Praça do Tchioco já está
desfeita e todo o casario envolvente certamente vai ser alvo de novas
demolições. Há ainda a promessa do desaparecimento de todas as casas que se encontram
a certa distância das linhas de alta tensão. É mais que provável que as razões
para novas demolições se se vão sucedendo até que as Autoridades possam
realizar projectos de urbanização, certamente já todos, ou quase todos, gizados
pelo Governo.
Na Comuna da Arimba, as máquinas
já fizeram milhentos aterros e as construções de imóveis estatais já começaram.
Uma das nossas capelas – Nonthanda – já está condenada ao desaparecimento. Isto
irá provocar uma nova face daquela zona cujos pormenores ignoramos.
Com
o desaparecimento das casas dos moradores e das capelas que suportam a
organização pastoral actual, esta Comunidade Paroquial terá de ir fazendo uma
leitura atenta dos sinais dos tempos e procurando, com os Catequistas
Responsáveis que ficarem e com outros cristãos que forem chegando, dar resposta
às pessoas que forem mudando para cá a sua residência. Isto com serenidade, com
inteligência e com um sentido o mais realista possível das novas situações. Nesse
trabalho, iremos ter pela frente ainda a acção das seitas que se aninham por
cá, porque, também elas, irão perder os seus adeptos que procurarão substituir.
Consequentemente,
não é possível hoje, sem acesso aos projectos do Governo para esta área à nossa
disposição, podermos começar a traçar estratégias e planos para respondermos às
novas situações. Mas, para uma Igreja que sabe que o Espírito é que a ilumina e
dá os critérios necessários a prepararmos o terreno e os corações para a
evangelização e a existência cristã que dá conteúdo à nossa missão, tudo isto
não será jamais um drama, mas antes um desafio singular que nos deve colocar
numa atitude semelhante àquela que os Apóstolos viveram logo após o
Pentecostes.
OS CLARETIANOS DO LUBANGO, NA
ACTUALIDADE
Hoje, os Claretianos, quase 15 anos passados
desde a sua chegada, continuamos com a responsabilidade da Paróquia da
Imaculada Conceição, sendo Pároco desta o Pe. Teixeira. O Superior da
Comunidade claretiana do Lubango, com funções ainda de Director do Seminário do
Coração de Maria, da Arimba, é o Pe. Inácio. Há já vários anos está connosco,
também na Arimba, o Ir. Aquino. Ordenados em Janeiro, trabalham também nesta
cidade os PP. Koia e Silvestre, tendo este último colaborado como Diácono, na
Paróquia, no ano pastoral transacto.
Conclusão
A)
Por tudo quanto
foi dito, a 3ª fase – que imagino ser praticamente a fase definitiva – irá
colocar os alicerces duma paróquia urbana moderna. Fazendo prognósticos que nos
parecem fundamentados e com base na situação presente, a actual Paróquia da
Imaculada Conceição, muito provavelmente, irá ser espartilhada pelo menos em
três Paróquias, a saber, a actual e mais duas novas, concretamente, a Mucanca (
zona do aeroporto ) e a Arimba.
Não há dúvida de que tempos como estes são
convidativos para um desafio à fé e à coragem. Os esquemas e planificações que
têm sido tão preciosos até ao presente, se continuados, irão ficar obsoletos e ineficazes.
Urgirá a elaboração de sucessivas leituras de campo bem fundamentadas e de
contínuas novas planificações programáticas que correspondam à urbanização que
se avizinha e à demografia que irá definir os novos traços do rosto da Igreja
desta parte do Lubango.
Este trabalho, urgente e imprescindível,
num próximo futuro não muito distante, requererá preparação, perspicácia,
persistência, com reconversões constantes de linhas de acção e será inimigo de
todo o pragmatismo pastoral.
Ao mesmo tempo que deixo aqui uma palavra
de muito carinho para com todas as muitas centenas de cristãos mais
responsáveis aos quais a Paróquia deve a sua vida actual, rica e enriquecedora,
peço a Deus para que, tanto o clero como os fiéis que venham a ser os actores
desta metamorfose pastoral sejam dignos da Palavra que irão, também eles,
proclamar, com a fé e a acção.
O Espírito Divino jamais deixará de
assistir, de iluminar e de fortificar as linhas de força da expansão da Barca
de Pedro. Que seja Ele, sempre e só Ele, a gizar as linhas directrizes da reconversão
pastoral que se avizinha.
O Lubango, em 1885 e no nosso território -
os Barracões - teve como primeiro acto oficial uma Eucaristia, celebrada pelo
Pe. José Maria Antunes, fundador da Missão da Huíla, em 1881, e, como primeira
população, um grupo de algumas centenas de cristãos madeirenses. Portanto, o
Lubango foi cristão desde o berço. Oxalá que este baptismo, com 128 anos de
vida, seja sinal de que, no mesmo território, será a fé a gerar novas gerações
de paroquianos.
É isso que, como pastor desta grei, há
quase 16 anos, eu desejo e peço ao Senhor da Messe, a Igreja de Jesus Cristo.
B) Na óptica acabada de desenhar, nesta conclusão, aparece a
Comuna da Arimba, para nós, Zona Pastoral do Coração de Maria. Três hospitais
em construção ( Maternidade, Psiquiatria e Pediatria ), vários Institutos
Superiores Técnicos, várias Faculdades, um seminário Claretiano já em
funcionamento há 4 anos e um seminário diocesano a construir, tal como num
Colégio e várias casas de acolhimento à terceira idade, etc., assim como todas
a as construções exigidas pelos serviços indicam que a Comuna da Arimba vai ser
uma das mais distintas partes da cidade.
Precisamente por essa razão, a Equipa
sacerdotal actual – Pe. Álvaro Teixeira – português – e Pe. Silvestre –
Kwanhama ( Angolano ) conseguimos que uma empresa portuguesa ( Omatapalo - nos
desse um projecto gratuito para uma linda e espaçosa igreja ), que a
Administração Comunal da Arimba nos desse um terreno com 100x100 metros e que o
Governador da Província integrasse no orçamento do Estado de 2014 o preço da
construção da igreja nova e dum complexo anexo.
Deste modo, dentro de um ano poderá avançar
a construção duma nova igreja paroquial com óptima capacidade de fiéis e como
verdadeira resposta ao projecto urbanístico e demográfica em, curso.