domingo, 11 de maio de 2008

Idade Para Crisma

Qual deve ser a idade ideal para fazer o crisma? Esta é a pergunta que tem feito algumas pessoas entrarem em discussões acesas. Bastante acesas. Relegando para último plano a “necessidade” de jovens para assumirem compromisso a nível paroquial e focando-nos no cerne da questão. 


Para mim mais importante do que a idade seria a maturidade. Não vejo o Crisma como sendo um sacramento de iniciação cristã, mas sim o primeiro sacramento de maturidade cristã. Para mim é o sacramento em que o Homem ou a mulher assumem 
marcadamente a sua crença cristã e o fazem perante a comunidade onde estão inseridos. Como tal a pergunta em si está mal formulada, seria mais coerente perguntar como se mede a maturidade de alguém para fazer o crisma. Como é que se vê se alguém realmente acredita e quer receber o dom do Espírito Santo. Acho que não é pela quantidade de missas em que essa pessoa esteve presente no último ano de pastoral, nem pelo número de retiros ou preparações que participou. Para mim é impossível ser medido. Não percebo sinceramente como é que alguém marca um ponto em que se pode receber o Crisma, não percebo como é que alguém é capaz de definir um limite só conhecido por Deus. 


Perante a necessidade de enquadrar este sacramento no plano de educação cristã, a primeira pergunta faz todo o sentido. Nesta perspectiva penso que a intenção de preparar os jovens para fazerem o crisma no final do décimo ano de catequese apresenta uma solução bastante coerente. Após dez anos de catequese, um jovem com 16 anos de idade já teve a oportunidade, os encontros necessários e os ensinamentos transmitidos, para ter uma forte fé. Nesta fase da caminhada, qualquer jovem que pretenda continuar e dizer sim a cristo, tem plena consciência daquilo que quer fazer. 


Na paróquia onde me insiro existe o dilema de fazer o crisma entre o décimo ano e o décimo segundo ano de catequese. A maior justificação para ser divergente prende-se com a necessidade da existência de jovens para a realização de actividades que não podem ser assumidas por jovens mais novos. Esta necessidade do meu ponto de vista não é legitima, já que as actividades devem ser feitas para os jovens e não devemos andar a ter jovens para realizar as actividades que queremos. Outro problema que tem surgido com a adopção dos doze anos de catequese são os conteúdos a ensinar a alguém que já teve onze anos de preparação. Torna-se difícil e maçador para os jovens ouvirem coisas repetidas. 


Outra questão que surge impreterivelmente é a “fuga” dos jovens após o sacramento do crisma. Para mim, esta fuga deve-se ao ano em que é realizado o sacramento. No ano seguinte os jovens deparam-se com um grande número de 
incertezas. Faculdade, que para alguns implica a mudança de casa, de amigos e de todas as rotinas anteriores. Para estes jovens é complexo o assumir do “Sacramento do Irmão”. É difícil pedir a alguém que vê toda a sua vida mudada num ano, que assuma algum papel importante na sua paróquia. Para mim, este argumento é mais uma desvantagem do que uma vantagem em relação aos doze anos de catequese. 


Não existe portanto nenhum real impedimento para o Sacramento do Crisma ser realizado no décimo ano. Então porquê estar diferente do Secretariado Nacional de Educação Cristã?

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