Carta aos Leitores da Onda Claretiana
Este ano acabei por fazer o Caminho de Santiago Português, promovido pela Família Claretiana em Portugal e em Espanha. Foi um desafio lançado pelo Pe. Joaquim Maia. Não o aceitei logo, mas o conjugar de todos os factores necessários para fazer o caminho fez com que não houvesse desculpa alguma para fugir.
Para mim o Caminho mostrou-se uma grande oportunidade de crescimento pessoal e espiritual. Foram cerca de 10 dias envolvendo um desafio físico, conjugado com reflexões constantes e partilhas permanentes. Foi bastante rico pois a partilha com jovens espanhóis mostrou-me perspectivas diferentes de vida e de vivência cristã. Em termos físicos foi um desafio ajudado pela meteorologia que facilitou muitas etapas e apenas complicou duas delas, uma com chuva e outra com calor.
Partilho agora com vocês algumas das melhores recordações que trouxe deste caminho. Foram muitos momentos que me marcaram, mas tenho comigo alguns símbolos que ajudam a compreender cada vertente do caminho. Nesta foto, que vos envio, podem ver alguns desses símbolos.
A mochila. Mochila que simboliza toda o aspecto físico do caminho, e que nos mostra que é possível viver durante duas semanas apenas com o seu conteúdo. Mostra-nos a quantidade de coisas que podemos deixar para trás no nosso dia. Coisas supérfulas, que quando temos de suportar o seu peso preferimos abandoná-las.
O meu diário pessoal. Simboliza todo o ambiente cristão e de reflexão pessoal. Cada hora de silêncio e reflexões propostas pela EPJV que nos acompanham permanentemente. Agora quando leio aquilo que escrevi, volto a reviver dias inteiros e a aperceber-me de tudo o que senti nas horas de caminho e nas horas de descanso.
Duas cordas. São parte da reflexão que mais me tocou pessoalmente. A corda azul, foi um objecto sobre o qual reflecti e acabei por exteriorizar para com os meus companheiros de caminho o meu compromisso pessoal com Deus e com a Igreja. A corda vermelha é uma dezena que fiz depois da partilha do Pe. Diego, afinal as boas ideias são para se copiar.
A camisola Claretiana e a Compostelana. Simbolizam o final do caminho. A chegada a Santiago. O final de uma etapa e o princípio de outra. São dois comprovativos, um deles vejo-o como o realizar do desafio físico, o outro como o caminhar espiritual que desenvolvi.
Para acabar esta carta, quero deixar-vos o desafio, de cada um de vós, viver o seu Caminho da melhor maneira que puder, com as limitações de cada um. De certeza que este ano haverá um novo Caminho para realizar, com novos desafios e diferente daquele que eu fiz. Cada um de vós, está convidado a realizá-lo.
“A alegria do Caminho não está na Meta, mas em cada passo que se dá”.
Cumprimentos.
1 comentários:
Olá!
Que bom poder encontrar, neste blog a familiariedade de actividades que vivi, e de pessoas com quem tenho partilhado outras!
Há tanto que se pode dizer do caminho, das sensações, das dores, da alegria...
Partilho de todas essas sensações, nos 2 caminhos que fiz: o de Santiago, onde também senti a riqueza de partilhar diferentes realidades de vicência cristã, e o Caminho Mariano, onde contactámos com as pessoas das "nossa terra", sempre com algo a oferecer, água fresquinha, ou fruta dos seus pomares!
Há sentimentos que descobrimos no caminho que não sentimos no nosso quotidiano. Uma das dificuldades será ter que adaptar o nosso ritmo de caminhada ao ritmo dos que connosco caminham.
Por outro lado, podemos em caso de dificuldade não queremos dar parte fraca e nem sempre sabemos (e queremos) pedir ajuda e "obrigar" ao que o nosso companheiro de caminho fique sobrecarregado com os nossos pesos...
Aprende-se muito sobre nós e sobre os outros.
Esta é uma experiência que todos deveriam fazer, pelo menos uma vez.
Obrigada por este blog! Vou ficar atenta!
Cláudia Viriato
AJC (Animadora da Juventude Claretiana)
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