Últimas Actividades da Procuradoria e dos seus Voluntários
A Procuradoria das Missões Claretianas e toda a sua equipa de voluntários, em sintonia com as orientações desta Província dos Missionários Claretianos, procurou viver ao longo destes dias de Advento desafiada pelos verbos acolher, chamar, formar.
Desta forma na tarde do dia 5 de Dezembro acolhemos no nosso espaço o “Natal Missionário” chamando jovens e adolescentes da paróquia de Pedroso procurando com várias actividades incentivá-los a partilhar o Natal com outros povos, outras culturas. Foi um tempo de escrever a história do “João e do seu cão Fugee”, criar o jogo do missionário, elaborar postais de natal e “construir” o presépio da Procuradoria.
Foram um conjunto de actividades que contaram com a colaboração da equipa de voluntários da Procuradoria e que serviram para criar laços, criar pontes e fazer brotar o espírito missionário.
Mas já antes, no 1º domingo de Advento, 29 de Novembro, tínhamos ido ao Centro de Pastoral de Afonsim para uma visita da Procuradoria das Missões Claretianas chamando-nos à Missão e consciencializando-nos sobre o nosso compromisso.
No dia 8 de Dezembro, dia da Imaculada Conceição, rainha de Portugal, foi tempo dos jovens que partem a 27 de Dezembro para Angola celebrarem a Missa de Envio. Foi um tempo de muita emoção, não só para os que partem, mas também para todos aqueles que juntamente com eles vão fazendo caminho, família, amigos, conhecidos e menos conhecidos, que por eles rezam ao Senhor nosso Pai. Receberam símbolos que os irão guiar ao longo destes dias e receber o conforto de uma comunidade que ora e caminha a seu lado.
Continuando em sintonia com os verbos acolher, chamar, formar no dia 12 do corrente mês recebemos no espaço da Procuradoria o P. António Oliveira para mais um “Conversas com Vida”. Actualmente Director do Colégio Universitário Pio XII em Lisboa, o P. António Oliveira foi também missionário no Luso nos anos difíceis de 1970 a 1975. Foi um momento de forte comoção e testemunho pela dor e sofrimento que acompanhavam as populações durante os períodos de guerra. O P. António Oliveira, missionário claretiano, procurando sempre evangelizar ao estilo dos apóstolos, fez um resumo rico de informação e emoção desses tempos. Alguns aspectos ressaltaram do seu discurso.
Em primeiro lugar o trabalho dos missionários passa a maioria das vezes despercebido, excepto por aqueles que deles beneficiam. Exaltou o trabalho de homens santos como S. Francisco Xavier, mas também o de outros que apenas ficarão na história de pessoas a quem “amaram” desinteressadamente, como o exemplo que nos contou de um grupo de freiras que tendo sido raptadas pela UNITA e levadas para a Jamba, no tempo da guerra civil angolana, optaram livremente por continuar junto daquelas pessoas, pois esse também era terreno de missão.
Em segundo lugar realçou o sofrimento das populações civis durante a guerra, quer a da independência quer depois a civil. São sempre eles que sofrem as consequências, para os beligerantes não há inocentes, por muito que as populações procurem fugir à guerra ela acaba por afectá-los fortemente.
Em terceiro lugar, exaltou o gosto das populações em recebe-los como missionários e o “amor” que tinham à bíblia sagrada e a todos os aspectos da vida comunitária da Igreja. Foi possível ver, através de gravações em filme de 8mm que o P. Oliveira realizou no interior profundo de Angola, território dominado pela UNITA, o gosto das populações em recebe-lo, a ele enquanto missionário, já que não viam nenhum missionário há mais de 10 anos e havia crianças que nunca tinham visto um.
Ao longo desta “Conversa com Vida” foi possível visualizar imagens com mais de 30 anos, contemplar o trabalho quotidiano de um missionário, desde as tarefas rotineiras de dar aulas ao atravessar os rios infestados de crocodilos, mas sempre por serviço ao próximo.
Este “Conversas com Vida” terminou com dois cantos de natal interpretados pelo Pe. Custodio em língua quioco ou chócue, sem dúvida um preambulo para sete voluntários que viverão este período natalício em missão no Lubango.
No final, como habitualmente, um tempo para um chá e uns bolinhos entre palavras de partilha, sem esquecer o preenchimento dos postais de Natal para as crianças da missão do Lubango.
No domingo, dia 13, participámos na festa da catequese do Centro dos Carvalhos, preparando um espaço, onde foi possível partilhar com os participantes e assistentes os Projectos da Procuradoria das Missões Claretianas.
Já no próximo fim-de-semana será um tempo de visita ao Centro de Pastoral da Alheira.
Um abraço fraterno para todos os que connosco fazem caminho.
Secretário da Procuradoria das Missões Claretianas.
Língua banta falada pelos Quiocos ou Chócues; chócue