1ª SEMANA MISSIONÁRIA – LUBANGO 2009
Foi a 27 de Dezembro que cinco jovens leigos voluntários da Procuradoria das Missões Claretianas juntamente com o P. João Luis (Procurador) e o P. Artur Teixeira (Provincial) partiram em direcção a Angola, Luanda e Lubango, para uma experiência missionária: a 1ª Semana Missionária – Lubango 2009.
Ao longo de um ano foram acumuladas muitas expectativas, anseios e interrogações que se foram esclarecendo ao longo do tempo de formação, grande parte das quais fomentadas pela F.E.C. (Fundação Evangelização e Culturas) e pelos Claretianos.
E assim, às 11 horas do dia 27 de Dezembro levantamos voo em direcção à capital angolana.
Após horas de viagem aterramos em Luanda envolvidos por um clima tão singular, como se estivéssemos noutro mundo, muito diferente mas que não se revelou um choque, devido às preparações anteriormente realizadas. É um ambiente muito distinto de Portugal, com uma cultura e uma mentalidade peculiares.
Foram dias difíceis de ambientação a Angola, em que provavelmente a maior dificuldade foi a climática. O grande calor que se sentia expressava bem os 38ºC e a forte humidade.
No dia 30 de Dezembro arrancamos para o Lubango. Chegados à zona dos voos internos do aeroporto de Luanda por volta das 5 horas da manhã, e, depois de muito meditar, levantámos voo ao meio-dia. Uma aventura!
E foi já no Lubango que mais vivemos a experiência e o terreno de Missão. As dificuldades, as alegrias, os medos, as tristezas, as interrogações que os missionários, homens e mulheres, habitualmente enfrentam.
Os momentos mais altos foram as celebrações, em especial as que se realizaram em zona de mato, quer nas comunidades locais, maioritariamente Nhanekas, quer na grande celebração de 3 de Janeiro em Poiares, com as comunidades Nhaneka e Umbundo, maioritariamente. A alegria, a dedicação destas comunidades aquando das celebrações contagiavam-nos e enchiam-nos de uma paz interior e de um sentimento de euforia perante tal cenário.
Com o P. Álvaro Teixeira (Superior Local) e o P. Gabriel Isaías, foi também um tempo para conhecer as realidades locais, as autoridades, quer as eclesiásticas – Arcebispo D. Gabriel Mbilingue, quer as políticas – Administrador da Comuna de Arimba, e, inclusive contemplar em muitas ocasiões as belezas naturais.
Ficam agora alguns dos comentários dos participantes nesta experiência missionária:
Pe. Artur Teixeira
Foram 10 dias de constante desafio claretiano e de bem-aventurança, hoje."
José Pedrosa
Foi com alguma ansiedade que iniciei este pequeno percurso missionário, o receio de deixar a família, mesmo que por um período de tempo pequeno, o clima, as doenças, entre outras coisas.
Sem ser um choque brutal, foi duro encarar a realidade da Missão, é preciso um coração grande e um estômago duro para enfrentar as contrariedades de um mundo injusto, em que os missionários são dos que únicos que se oferecem e nada pretendem em troca.
Fomos de malas cheias e voltamos com o coração a transbordar.
Cláudia Viriato
Algumas imagens e histórias já nos tinham chegado antes da nossa viagem, no entanto, o ver, cheirar, ouvir e sentir, é bem diferente!
Luanda, por muito que se ouvisse falar, foi um choque de contrastes, cheiros, imagens… Na confusão de ruas, não se adivinham as escolas, centros médicos, e todo o trabalho levado a cabo por missionários e missionárias.
Lubango apresenta imagens e clima mais familiares, e por isso, uma automática ligação. A alegria com que somos acolhidos é emocionante. Os cânticos, as palmas, a vivência da fé, nas celebrações, faz-nos sentir que aqui se vive a festa da Palavra, da Salvação. É um povo sofrido, mas que dá tudo ao receber, e marca, na sua forma de acolher os visitantes, que, na realidade, vêem de mãos vazias, e voltam de coração cheio.
Nesta semana, pudemos ver como se pode fazer tanto com tão pouco, e o contacto com esta realidade fez-me sentir que nós é que somos os limitados, com ínfimas possibilidades, que não aproveitamos! É fantástico o trabalho de evangelização, de humanismo, de formação, que os missionários aqui desenvolvem. Que a força de Deus os continue a ajudar na sua missão!
António Alberto
Da Semana Missionária trouxe uma lição de vida, para a toda a vida e que pode salvar muitas vidas no nosso mundo.
Essa lição consiste em aprender a dar, dar com alegria e dar sempre graças.
Se quem veio de uma guerra, onde inúmeras famílias ficaram desfeitas e que pouco ou nada têm, consegue agradecer e dar sempre graças, porque não fazê-lo também?
Temos tudo para ser felizes, até oportunidade de ajudar milhões de irmãos que precisam do básico para sobreviver.
E Deus Pai, deu-nos esta graça de poder partir e receber esta e muitas lições para toda a nossa vida, para as transmitir a muitas vidas.
Um muito obrigado ao povo angolano e a todo o clero que está presente nestas terras e deixa as suas marcas de amor para todo o sempre.
Isabel Moreira
Esta experiência missionária foi para mim mais uma caminhada de enriquecimento com os Missionários Claretianos. O que tive a oportunidade de ver e viver mostrou-me o quão pequenos são os nossos problemas perante as necessidades do povo angolano. A sua alegria e esperança num futuro melhor, com a ajuda dos missionários, inspira-me e deveria inspirar todo o Mundo.
Desafio, aqueles que lêem este testemunho, a ajudar-nos a apoiar o povo angolano. E por que não, partir em Missão?
Marta Gomes
Depois de uma longa caminhada, a chegada do “Menino de Maria” trouxe-nos uma nova experiência missionária em terras angolanas. Foi com as comunidades de Luanda e do Lubango que experimentamos a missão, onde descobrimos e encontramos um coração aberto em cada sorriso, onde experimentamos os desafios de quem entrega aos outros o melhor de si mesmo.
Agora, de regresso à vida agitada, compreendo melhor o sentido do tempo e o valor dos muitos bens que nos parecem essenciais ao nosso dia-a-dia. Sinto alegria ao perceber que num mundo que tem duas faces existe fé num mesmo Deus, que Jesus vive também nos corações daquelas crianças sorridentes, daquelas mamãs carregadas, dos missionários que dão o melhor de si e de todos aqueles que partilham esta vida comunitária. Esta Semana Missionária possibilitou que voltássemos ao nosso quotidiano com um coração ainda mais aberto ao mundo e mais disponível para abraçar a missão que Deus tem para cada uma de nós, seja ela qual for.
P. João Luís
Participar com o P. Artur Teixeira na organização e na preparação desta Semana Missionária foi um desafio e ao mesmo tempo um dom. Senti mais de perto a imensa comunhão que se vive e se pode experimentar em Igreja. A Missão da Igreja leva-nos às pessoas, aos acontecimentos, à partilha, à entrega, à generosidade… a passar fazendo o bem, como Jesus.
Em Missão redescobri algumas perguntas: O que levamos e quem anunciamos? Quem dá ou quem recebe? O que precisamos para ser felizes? Como ser construtor de uma sociedade mais justa? Quais são os testemunhos em Missão? Este povo do Lubango interpelou-me profundamente para viver a partir da providência de Deus. Há sempre tempo, há sempre alguém, há sempre uma Presença para que a vida seja cheia de esperança.
Esta notícia tem também uma referência à oração, parte integral da vida em comunidade e em comunhão. Se durante esta semana Missionária os momentos de oração e reflexão foram importantes, quando aqui oramos também o fazemos por aqueles que estão agora em Missão no terreno e precisam de toda a ajuda para superar as dificuldades do quotidiano.
Terminamos esta breve notícia com uma pequena oração oriunda do México:
Nós caminhamos, Senhor,
guiados como peregrinos,
com a confiança
de que a tua presença nos dá,
e com a Tua força
superior aos perigos da estrada.
Quando caminhamos, Senhor,
sabemos que cumpres a Tua promessa,
que uma réstia de Esperança foi semeada
no interior de pessoas sem destino.
Nós caminhamos, Senhor,
com as nossas mãos vazias,
esperando que se encham com a Tua presença.
Vamos cheios de pobreza para
ser enriquecidos por Ti.
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